Curso internacional sobre ergonomia no trabalho está sendo aplicado em Manaus

Professora italiana criadora do método OCRA é uma das ministrantes do curso

Está sendo realizado no Ministério Público do Trabalho (MPT 11ª Região) desde a última terça-feira, 15, e se estende até a próxima sexta-feira, 18, dois cursos ministrados pela Escola OCRA Brasiliana sobre ergonomia no trabalho com o objetivo de transmitir aos profissionais que atuam em fiscalizações do meio ambiente de trabalho de empresas, o método criado para fazer a prevenção de distúrbios e doenças musculoesqueléticos de membros superiores. Participam dos cursos procuradores do Trabalho, auditores fiscais e juiz do trabalho, além de membros do Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (CEREST) municipal e estadual.



O primeiro curso, iniciado na última terça-feira, 15, é o de nível básico, chamado de curso técnico - check list. Os participantes aprendem a avaliar um posto de trabalho por meio de cinco fatores:  frequência (número de repetições dos movimentos), força, postura (do ombro, cotovelo, punho e mão), pausa e complementares (envolve os demais fatores como vibração, frio, entre outros). Já o segundo curso, chamado de Niosh by OCRA, será iniciado na quinta feira, 17, e vai avaliar apenas os movimentos da região da coluna, identificando os riscos relacionados ao levantamento e manipulação de cargas. Cada curso tem a duração de 16h.



Segundo o diretor da Escola OCRA Brasiliana, Dr. Ruddy Facci, o método científico OCRA é utilizado para avaliar o esforço repetitivo dos membros superiores do trabalhador e a gravidade da situação. O método possui certificação de ISO internacional e uma margem de erro de apenas 0,00001% na aplicação, podendo inclusive prever a porcentagem de pessoas que ficarão doentes em determinado ambiente de trabalho. “Este é o único método que avalia todos os fatores de risco, e é utilizado na Europa, por lei, para a avaliação dos postos de trabalho”, afirma.

Entre os instrutores do curso está a criadora do método, a Dra. Daniela Colombini, que também é professora associada da Escola Superior de Medicina do Trabalho da Universidade de Milão.

Só vai receber a certificação do curso, os participantes que responderem a uma prova, a mesma aplicada em todas as Escolas OCRA espalhados pela mundo (Itália, França, Espanha, Índia, Colômbia e Brasil). A prova consiste em um posto de trabalho fictício onde, aplicando o método aprendido, os participantes responderão a diversas perguntas.

Samsung avaliada com o OCRA
O método OCRA foi utilizado para avaliar o ambiente de trabalho da empresa Samsung Eletrônica da Amazônia LTDA, descrito na ação civil pública que ganhou repercussão mundial, ajuizada pelo MPT no Amazonas, em agosto deste ano, em razão de a empresa submeter os empregados à riscos de doença pelo ritmo intenso e pela atividade repetitiva da linha de montagem.

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