Reunião discute alternativas de subsistência aos catadores durante crise econômica

A procuradora chefe do Ministério Público do Trabalho da 11ª Região, Alzira Melo Costa, participou nesta quarta-feira, 08, de reunião na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas para discutir sobre a crise que vem atingido a categoria dos catadores de materiais recicláveis. O encontro foi conduzido pelo deputado Luiz Castro e também contou com a participação dos deputados Bi Garcia e Adjuto Afonso, além de representantes do Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Amazonas (OCB-AM), Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp), da empresa PCE e das próprias associações e cooperativas de catadores no Estado.

Na ocasião, os catadores relataram as dificuldades enfrentadas pela categoria diante da crise econômica que se instaurou no país e atingiu também as indústrias de papel e papelão no Amazonas. Além disso, criticaram a atuação dos atravessadores dentro das empresas, pois para não precisarem aguardar o pagamento mensal da empresa ou somente após 60 dias, os catadores acabam vendendo a mercadoria com valor inferior aos atravessadores para receberem o pagamento à vista.

Os catadores também declararam que, para sobreviverem na situação atual, estão buscando outras alternativas como, por exemplo, a produção de sabão oriundo do óleo de cozinha e de paneiros por meio de garrafas PET.

Da reunião foram extraídas recomendações de providências a curto prazo a serem adotadas com vistas a auxiliar a subsistência dos catadores, entre elas a de buscar uma alteração na minuta da Política Estadual de Resíduos Sólidos para que seja incluído um dispositivo de incentivo diferenciado para que as empresas comprem material diretamente dos catadores.

Também será analisada a possibilidade de os rejeitos dos materiais serem vendidos para olarias no Estado. Será solicitado, ainda, o apoio social das secretarias municipais e estaduais aos catadores inseridos no cadastro da Semulsp, bem como será verificada a possiblidade de viabilizar financiamentos através do Banco do Povo para que os catadores possuam capital de giro suficiente para produzir estoque de material em períodos críticos.

Ficou acordada, também, a realização de uma nova audiência a ser convocada pelo Ministério Público do Trabalho, desta vez com a participação das demais empresas da indústria de papel e papelão que não compareceram ao referido encontro.

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