Justiça do trabalho de Boa Vista acata pedido de liminar do MPF e MPT

Município terá de realizar concurso público para contratação de agentes de endemias

A Juíza da 1ª vara do trabalho de Boa Vista, Maria da Glória de Andrade Lobo, deferiu o pedido de liminar da ação civil pública (ACP) ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF/RR) e o Ministério Público do Trabalho em Roraima (MPT/RR), na sexta-feira passada (29). A ACP foi motivada com base em procedimentos instaurados no âmbito do Ministério Público Federal e do Ministério Púbico do Trabalho contra o Município de Boa Vista para que promova, em caráter de urgência, concurso público para o cargo de Agente de Combate às Endemias.

A liminar foi concedida, sem a oitiva da parte contrária e o Município de Boa Vista está agora obrigado a realizar, no prazo de 60 dias, processo seletivo público de provas ou de provas e títulos, para admissão de pessoas para as vagas correspondentes de Agentes de Combate às Endemias; realizar o desligamento dos trabalhadores contratados sem processo seletivo, gradativamente e abster-se de contratar pessoas para a execução de programas sociais relacionados às atividades de agentes comunitários de saúde e de agentes de combate às endemias sem prévia aprovação em processo seletivo público de provas ou de provas e títulos.

O profissional que exerce a função de agente de combate às endemias atua na saúde preventiva, fazendo a busca ativa de doenças, visitando moradores. Além disso, vai de porta em porta em busca de mosquitos transmissores da dengue e da malária, por exemplo. São profissionais considerados imprescindíveis para a saúde da população.

No último dia 22 de julho, representantes do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e de Agentes de Combate às Endemias do Estado de Roraima compareceram à sede do Ministério Público Federal, onde participaram de uma reunião com a procuradora da República dos Direitos do Cidadão, Daniela Caselani Sitta, e com o procurador do Trabalho, César Henrique Kluge. Na ocasião, a categoria informou que estava em greve há aproximadamente duas semanas, reivindicando, principalmente, a realização de processo seletivo e a regularização dos contratos de trabalho, já que diante do vínculo laboral precário, o município de Boa Vista deixara de quitar diversos direitos trabalhistas.

Consta na ação civil pública que, além da inércia da Prefeitura de Boa Vista para a realização do processo seletivo somada ao fato da omissão do poder público municipal, observa-se ainda o descaso com a saúde, uma vez que os agentes de combate às endemias encontram-se em greve também em razão da ausíªncia de pagamento de seus salários.

Para Daniela Sitta, procuradora da República, e os procuradores do Trabalho, César Kluge e Ana Luisa Zorzenon, autores da ação, "sem a realização do processo seletivo prévio, como determina a Constituição e Lei Federal 11.350/06 e a Lei Municipal 1.251/2010, resta presumido o clientelismo que deveria ter sido exterminado de nossa cultura. Com o modo 'informal', ilegal e inconstitucional como contratou mão-de-obra, o município se utilizou de recursos públicos para o pagamento dos salários de pessoas contratadas sem qualquer critério técnico, em desacordo com a legislação trabalhista".

"Com essa postura, o município de Boa Vista violou também direitos difusos de todos os trabalhadores que são potencialmente candidatos em concurso público, que deveria ter sido realizado pela prefeitura desde o ano de 2006," explicaram os procuradores.

Em caso de descumprimento de decisão judicial, será cobrada multa diária no valor R$ 1 mil, para cada item descumprido da medida, revertido ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A indenização por dano moral coletivo, no valor de R$ 350 mil, terá uma destinação social, conforme determinação do Ministério Público Federal e do Trabalho, com base no art. 13 da Lei 7.347/85.

Do combate à dengue
No início do ano passado, o MPF/RR instaurou inquérito civil público para apurar as causas da alta incidência da dengue em Roraima, uma vez que em 2010 houve uma epidemia da doença no Estado, que fechou o ano com um aumento de 93,05% de casos notificados em relação ao ano de 2009, além do episódio do dengue tipo 4 em Roraima, que há 28 anos não havia sido registrado no Brasil.

Com o desdobramento das investigações, a Procuradoria da República dos Direitos do Cidadão (PRDC), em parceria com o Ministério Público do Trabalho em Roraima (MPT/RR), promoveu uma audiência com representantes das prefeituras dos 15 municípios do estado de Roraima, com vistas a sanar irregularidades existentes na contratação de agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias, admitidos sem concurso público.

Em audiência realizada dia 8 de fevereiro deste ano, o prefeito Iradilson Sampaio não se fez presente, embora tenha sido notificado para comparecer pessoalmente. Segundo as investigações do Ministério Público Federal, a prefeitura de Boa Vista tem sido evasiva à realização do processo seletivo público, uma vez que vinha informando ao MPF que estava adotando todas providências necessárias para sanar as irregularidades na contratação desses profissionais, se negando, inclusive, a firmar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o MPF e o MPT, porém, até a presente data o município não cumpriu com o informado.

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Grupos móveis da CONATPA atingem cerca de 38 mil trabalhadores no país

Somente no primeiro semestre de 2011, portos, estaleiros, embarcações e plataformas de petróleo de 12 estados brasileiros foram contemplados com as fiscalizações do MPT

Brasí­lia (DF) - O balanço dos grupos móveis realizados pela Coordenadoria Nacional do Trabalho Portuário e Aquaviário - CONATPA do Ministério Público do Trabalho (MPT), no primeiro semestre de 2011, revelou que o número de trabalhadores alcançados com as operações foi em torno de 38 mil. Dos 96 procedimentos formados, 51 resultaram em termos de ajustamento de conduta (TAC).

De acordo com o coordenador da Conatpa e procurador do Trabalho, Cláudio Cordeiro Queroga Gadelha, neste ano foi possí­vel chegar a locais jamais visitados. Segundo ele, os procuradores puderam notar que existe um desconhecimento total dos trabalhadores sobre seus direitos. "O MPT, além de exigir a tomada de compromisso dos empregadores, realizou um trabalho de mudança de cultura sobre essa falta de conhecimento dos direitos", afirmou o procurador.

Além dessas medidas, vários estaleiros dentro do Projeto de Renovação da Indústria Naval foram inspecionados. Na ação, verificaram-se más condições de trabalho nas plataformas de petróleo na Petrobrás, em Aracaju. O coordenador alega ainda que a presença dos procuradores foi fundamental para o sucesso da operação. No entanto, ainda existem outras metas a serem atingidas. "Nós temos uma clara necessidade de firmar uma parceria mais consolidada com o Ministério do Trabalho e Emprego para os fins das forças tarefas", declarou.

No próximo semestre, a Conatpa vai realizar audiências públicas em várias cidades e estados estratégicos para esclarecer os direitos dos trabalhadores aquaviários, inclusive os pescadores. Nessas ocasiões, serão distribuídas cartilhas do trabalhador aquaviário, produzidas pela coordenadoria. No cronograma de operações do segundo semestre de 2011, existem 14 operações agendadas de agosto até dezembro. Além dessas, outras cinco ações, em plataformas de petróleo de vários estados, estão programadas.

No primeiro semestre de 2011, os estados de Pernambuco, São Paulo, Pará, Rio Grande do Sul, Bahia, Amazonas, Mato Grosso, Espírito Santo, Santa Catarina, Amapá, Sergipe e Paraná foram contemplados com as operações dos grupos móveis da Conatpa.

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MPT 11ª Região reúne procuradores do Amazonas e Roraima em Webconferência

A reunião foi realizada na sede do MPT em Manaus para discutir assuntos relacionados a mudanças na organização administrativa da Regional.

Os membros do MPT 11ª Região, lotados na PTM de Boa Vista, puderam participar da reunião virtualmente com a transmissão on line de áudio e vídeo.

Esta foi a primeira experiência do MPT 11ª Região em realizar reunião com utilização de ferramentas virtuais.

A ideia do Procurador-chefe é ampliar e intensificar a utilização da ferramenta para não só diminuir a distância entre os membros que compõem o MPT 11ª Região, que abrange os Estados do Amazonas e de Roraima, como também reduzir os gastos públicos com passagens e diárias.

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MPT 11ª Região participou de resgate de trabalhadores no interior do Estado

O Grupo Especial Interinstitucional de Fiscalização Móvel formado por representantes do Ministério Público do Trabalho, Superintendência Regional do Trabalho e Emprego e a Polícia Rodoviária Federal (grupo de operações especiais da 17ª região) fez o resgate de quarenta e dois trabalhadores, entre eles seis adolescente com idade de 15 a 16 anos, que foram encontrados em situação análoga a de escravo, no Município de Boca do Acre, no interior do Amazonas, a 1.029 quilômetros da capital Manaus.

A ação foi coordenada pelo auditor do Trabalho, Márcio Leitão e acompanhada pela procuradora do Trabalho, Alzira Melo Costa que estiveram no Município entre os dias 12 a 22 de julho e constataram as irregularidades ao fiscalizarem duas fazendas do setor agropecuário. As condições de trabalho eram extremamente precárias, não havia alimentação e alojamento adequados, muito menos água potável. Os trabalhadores rurais usavam o igarapé para se banharem e a mata para fazerem suas necessidades fisiológicas.

Como se não bastasse o desrespeito a dignidade humana da pessoa do trabalhador, o Grupo Especial também constatou outra prática ilegal, porém comum no meio rural: a contratação dos empregados por meio de um suposto empreiteiro ou intermediário chamado de "gato". Os "gatos" aliciadores, contratados pelos próprios donos das fazendas, recrutavam os trabalhadores e, desta forma, tentavam impedir o reconhecimento do vínculo empregatício entre os trabalhadores ruais e os fazendeiros, negando aos empregados todos os direitos trabalhistas.

Segundo a procuradora do Trabalho, Alzira Costa, os trabalhadores rurais de Boca do Acre eram enganados por falsas promessas e ainda tinham que pagar pelos equipamentos de proteção individual, se quisessem usar. " Devido o estado de vulnerabilidade econômica em que viviam, esses trabalhadores acreditavam que tal oferta de emprego do "gato" era a única opção para melhorar seu padrão de vida", concluiu Alzira.

Os quarenta e dois trabalhadores resgatados tiveram seus contratos de trabalho rescendidos e receberam além das verbas rescisórias, valores arbitrados a título de Dano Moral Individual. Ao todo, os fazendeiros pagaram 255 mil 560 reais e seis centavos (140 mil 560 reais e seis centavos de verbas rescisórias e 115 mil reais de danos morais individuais)

Outros quarenta e oito empregados das duas propriedades rurais tiveram a regularização dos seus contratos de trabalho (assinatura de CTPS, recolhimento de FGTS e Contribuição Previdenciária) e permaneceram nas fazendas.

Além disso, os fazendeiros firmaram, perante o MPT, Termos de Ajustamento de Conduta no qual se comprometeram a corrigir todas as irregularidades trabalhistas em especial as relacionadas a saúde e segurança dos trabalhadores.

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Procurador-chefe empossa novo servidor

Nesta sexta-feira, 22, o procurador-chefe do MPT 11ª Região, Jorsinei Dourado do Nascimento, empossou no cargo de Analista Processual classe A, Gustavo Andrade das Chagas.

Gustavo deve entrar em exercício na primeira semana de agosto, por estar se desligando do emprego anterior, na Caixa Econômica Federal.
A assinatura do termo de posse se deu no auditório da Regional e foi prestigiada pelos procuradores do trabalho, Afonso de Paula Pinheiro Rocha, Andrea da Rocha Carvalho Gondim, Jeibson dos Santos Justiniano e Rosineide Mendonça Moura e de servidores de todos os setores.
Na ocasião, o procurador-chefe também apresentou a todos os presentes os servidores Maria Rosineide Lima, Rafael Reis Gomes e Telma Araújo Corrêa que vieram removidos do Ministério Público Federal e Ministério Público Militar.

Os servidores Iranildo Macedo Soares e José Antônio de Aguiar Neto, que apesar de já fazerem parte do MPT deste novembro do ano passado, também foram lembrados pelo procurador-chefe como servidores da nova geração, mas que já estão totalmente integrados as atividades administrativas da Regional.

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