MPT participa de resgate de trabalhadores em cruzeiro na Bahia

As 11 pessoas resgatadas encontravam-se em condições de trabalho análogas às de escravos

Uma operação conjunta de acompanhamento e diagnóstico das condições do meio ambiente de trabalho a bordo de navios da empresa italiana MSC Crociere, uma das maiores no mundo no ramo de cruzeiros, foi realizada em março deste ano e contou com a participação do Ministério Público do Trabalho no Amazonas (MPT 11ª Região), por meio da procuradora do Trabalho Andrea da Rocha Carvalho Gondim, que é coordenadora no Amazonas da Coordenadoria Nacional do Trabalho Portuário e Aquaviário (CONATPA) e gestora do Projeto Igarapés. Também integraram a equipe de fiscalizações o vice-coordenador nacional da CONATPA, Augusto Meirinho e a procuradora do Trabalho de São Paulo (2ª Região) Giselle Oliveira.

A operação foi motivada a partir de denúncias e informações recolhidas por diversos órgãos e instituições públicas, desde novembro do ano passado, sobre relatos de trabalho em condições análogas às de escravo ocorrendo a bordo dos navios. As fiscalizações foram coordenadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e contou com a participação, além do MPT, da Advocacia Geral da União (AGU), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Capitania dos Portos, Polícia Federal e Ministério Público Federal (MPF).

A inspeção foi iniciada na cidade de Santos, no litoral de São Paulo, em 15 de março, onde foi constatado que os trabalhadores eram submetidos a jornadas exaustivas que, segundo relatos, ultrapassavam 14 horas diárias, além de maus tratos e assédio moral. No início do mês de abril, em continuidade à operação, foi resgatado um grupo de 11 pessoas que trabalhavam em condições análogas às de escravos no cruzeiro de luxo MSC Magnifica, pertencente à MSC Cruzeiros, já na cidade de Salvador (BA), para onde o navio seguiu depois da primeira abordagem.

A procuradora do Trabalho Andrea Gondim explica que "o relato dos trabalhadores denunciavam a ocorrência de jornada exaustiva, assédio moral e assédio sexual, discriminação, temor do desembarque quando recebem 3 advertências, já que não é assegurado o pagamento do retorno do trabalhador ao país de origem, fornecimento insuficiente de alimentação e água potável, isso para não citar o que considero o fato mais grave, a negligência com os trabalhadores que adoecem a bordo. Foi este, inclusive, o motivo que levou o início das reuniões na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, no âmbito da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (CONATRAE), após a ocorrência do óbito de uma trabalhadora que laborava a bordo de um navio de cruzeiro e não recebeu os devidos cuidados da empresa na qual trabalhava. Os interesses violados são protegidos pelo sistema global de direitos humanos e o Ministério Público do Trabalho, em ação conjunta com os demais parceiros, não poderia ignorar tão graves violações à dignidade do homem trabalhador", afirmou.

Augusto Meirinho, vice-coordenador Conatpa, acrescentou ainda que “a atuação do Ministério Público do Trabalho sobre esta questão específica tem demonstrado que devemos somar nossos esforços com demais órgãos e instituições públicas objetivando proteger os trabalhadores que têm seus direitos sociais violados, independentemente do setor econômico. Sendo importante ressaltar que a atuação do MPT em relação aos navios de cruzeiros não se resume a esta operação, que se iniciou em Santos e se encerrou em Salvador, tendo origem na atuação da colega Junia Bonfante que viabilizou, por intermédio dos Termos de Ajuste de Condutas (TACs) firmados com as empresas, diversas melhorias para os brasileiros a bordo dos navios", finalizou.

A força-tarefa começou a ser planejada há cerca de seis meses. A CONATPA e a Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo (CONAETE) participaram de diversas reuniões organizadas pela CONATRAE, vinculada à Secretaria Especial dos Direitos Humanos da presidência da República. Em um dos encontros, realizado em fevereiro deste ano, na sede da Procuradoria da República, em Brasília, foi discutido como seria executado o projeto para combate e erradicação do trabalho escravo, especialmente em cruzeiros de luxo no litoral brasileiro.

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Prêmio MPT de Jornalismo abre inscrições dia 7 de abril

Premiação total é de R$ 360 mil. Categoria especial receberá R$ 45 mil

Jornalistas de todo o país podem inscrever reportagens no Prêmio MPT de Jornalismo a partir de 7 de abril. As melhores produções jornalísticas relacionadas ao direito do trabalho e que demonstrem violação da legislação trabalhista serão premiadas. No total, o prêmio promovido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) vai distribuir R$ 360 mil entre os profissionais da mídia. O prêmio especial “Fraudes Trabalhistas” é de R$ 45 mil.

São oito categorias: jornal impresso, revista impressa, radiojornalismo, telejornalismo, webjornalismo, fotojornalismo, prêmio especial “Fraudes Trabalhistas” e menção honrosa de repórter cinematográfico.

As produções podem abranger qualquer uma das oito áreas de atuação do MPT – combate às fraudes nas relações de trabalho, ao trabalho escravo, ao trabalho infantil, à discriminação, às irregularidades trabalhistas na administração pública, e proteção ao meio ambiente do trabalho, à liberdade sindical, ao trabalho portuário e aquaviário.

Jornalistas, repórteres, repórteres cinematográficos, radialistas e fotógrafos, com registro profissional reconhecido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), podem participar, com exceção dos profissionais que se inscreverem nas categorias webjornalismo e mídias sociais.

Serão aceitos trabalhos veiculados entre 1º de janeiro de 2013 e 31 de julho de 2014. O prêmio será dividido em duas etapas, regional e nacional.

As inscrições terminam em 31 de julho de 2014. A premiação, prevista para dezembro, será realizada em Brasília.

Categorias

Fase Regional
(5 regiões)

Fase Nacional

Menção Honrosa
de Repórter Cinematográfico

R$ 5.000,00

R$ 10.000,00

Mídias Sociais

R$ 5.000,00

R$ 15.000,00

Jornal impresso

R$ 5.000,00

R$ 15.000,00

Revista impressa

R$ 5.000,00

R$ 15.000,00

Radiojornalismo

R$ 5.000,00

R$ 15.000,00

Telejornalismo

R$ 5.000,00

R$ 15.000,00

Webjornalismo

R$ 5.000,00

R$ 15.000,00

Fotojornalismo

R$ 5.000,00

R$ 15.000,00

Prêmio Especial Fraudes Trabalhistas

---

R$ 45.000,00

Total: R$ 360 mil

R$ 200.000,00 (incluídas as 5 regiões)

R$ 160.000,00

O regulamento completo está em www.premiomptdejornalismo.com.br.
Outras informações podem ser obtidas pelo correio eletrônico premiomptdejornalismo@icomunicacao.com.br.

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Curso estuda aspectos cíveis relacionados à previdência e à assistência social

Treinamento busca relacionar a proteção do custeio com a política de benefícios, além de propiciar o intercâmbio de experiências entre a administração previdenciária e assistencial e os integrantes do Ministério Público. ESMPU oferece 35 vagas a membros e servidores do MPF e do MPT

A Escola Superior do Ministério Público da União (ESMPU) realizará de 13 a 15 de maio, em Brasília, o Curso de Aperfeiçoamento “Aspectos Cíveis Relacionados à Previdência e Assistência Social: Custeio e Benefícios”, atividade acadêmica voltada para membros e servidores do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Trabalho (MPT). O objetivo do treinamento é relacionar a proteção do custeio da previdência e da assistência social com a política de benefícios, estudar as normas internas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que regem o atendimento ao cidadão, além de propiciar o intercâmbio de experiências entre a administração previdenciária e assistencial e os integrantes do Ministério Público.

O curso oferece 35 vagas, observando-se a seguinte ordem de preferência: membros do Grupo de Trabalho (GT) Previdência e Assistência Social da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC); membros do MPF e do MPT; e servidores. Os interessados deverão inscrever-se até as 12h do dia 14 de abril, pelo endereço http://escola.mpu.mp.br, link “Inscrições”. Os inscritos serão selecionados por sorteio eletrônico. A ESMPU arcará com o pagamento de passagens aéreas, hospedagem, alimentação e traslado para os participantes lotados fora da capital federal.

Programação – Com 16 horas-aula, o treinamento discutirá, entre outros temas, a aposentadoria especial e o cumprimento das cotas pelas empresas na questão da reabilitação profissional; os principais desafios do Ministério Público na tutela coletiva e individual da previdência e assistência social; as principais demandas jurídicas propostas pelos segurados ou beneficiários; o acesso do cidadão ao Judiciário condicionado ao requerimento administrativo; as principais ações civis públicas; e os atuais desafios do INSS.

Também estarão em estudo os sistemas e soluções utilizados pelo INSS nas unidades de atendimento; o projeto E-social; e as principais teses discutidas nos Juizados Especiais, com destaque para as perspectivas e os desafios relacionados com a atuação desses órgãos.

As aulas serão ministradas pelo procurador do Trabalho Augusto Grieco Sant'Anna Meirinho, pelo procurador-geral do INSS, Alessandro Antônio Stefanutto, pelo coordenador geral de Tecnologia da Informação do INSS, Alan Nascimento Santos, e pelo juiz da 2ª Turma Recursal do Juizado Especial Federal de Recife (PE) Frederico Koehler.

Participantes com, no mínimo, 85% de frequência receberão certificado emitido pela ESMPU.

Informações adicionais podem ser obtidas pelo e-mail inscricoes@escola.mpu.mp.br

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P&G descumpre a lei de cotas para contratação de pessoas com deficiência

MPT ajuíza ação na Justiça Trabalhista para ajustar a irregularidade

O Ministério Público do Trabalho no Amazonas (MPT 11ª Região) ajuizou uma Ação Civil Pública (ACP) em face da Protecter & Gamble do Brasil S/A (P&G – GILLETE) em razão da constatação de irregularidades na contratação de deficientes, em desrespeito ao artigo 93 da Lei 8.213/91 que trata da lei de cotas para portadores de necessidades especiais nas empresas.

A P&G possui um número de pessoas com deficiência contratadas inferior ao adequado. Atualmente são apenas 83 empregados portadores de necessidades especiais ou reabilitados em um universo de 4310 trabalhadores, englobando matriz e filiais. Seria necessária a contratação de mais 132 pessoas  nestas condições para cumprir com o previsto na legislação.

A procuradora do Trabalho titular do inquérito civil, Andrea da Rocha Carvalho Gondim, explicou que “essa discriminação quando acontece na contratação, principalmente com pessoas com deficiência, é velada. A empresa não diz que está discriminando, entretanto oferta vagas para o mercado de trabalho, mas na verdade não contrata. Essa questão perpassa pela responsabilidade social da empresa de incluir, abraçar essa pessoa no mercado, dar formação e treinamentos”, afirmou.

Caso a Justiça do Trabalho conceda os pedidos do MPT, o grupo econômico P&G estará obrigado a cumprir determinações que serão válidas tanto para a matriz em Manaus, quanto para as filiais localizadas nos estados de São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro.

Entre as solicitações do órgão ministerial está a de que a empresa contrate, em um prazo de 30 dias, pessoas com deficiência ou beneficiárias do sistema de seguridade social reabilitadas, em número bastante e suficiente para cumprir a cota legal; abster-se de dispensar trabalhador reabilitado ou com deficiência sem a prévia contratação de substituto em condição semelhante, bem como em caso de extinção de contrato de trabalho de pessoas com deficiência e reabilitadas, contratar no prazo de no máximo 15 dias trabalhadores em semelhante condição.

Caso a sentença seja favorável ao MPT, a P&G também vai pagar uma indenização a título de dano moral coletivo no valor de 1 (um) milhão de reais, a ser revertida em benefício da comunidade prejudicada, conforme destinação dada pelo MPT ou ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A decisão da Justiça do Trabalho está sendo aguardada.

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MPT divulga lista de entidades selecionadas para receber destinação de recursos

Valores podem ser provenientes de indenizações por dano moral coletivo ou multas por descumprimento de obrigações

O Ministério Público do Trabalho da 11ª Região (MPT) torna público o resultado do Edital de Chamada Pública nº 01/2013, com o objetivo de selecionar entidades que poderão ser beneficiadas com valores provenientes da atuação do MPT, decorrentes de condenações em demandas coletivas, ou seja, imposição de indenização referente a reparação de dano moral coletivo ou execução de multas por descumprimento de obrigações de fazer e não fazer.

Após terem atendido ao chamamento público e apresentado a documentação exigida para o cadastro, foram consideradas habilitadas as seguintes instituições:

  • Área Missionária Divina Misericórdia;
  • Associação de Apoio à Criança com HIV – Casa Vhida;
  • Associação dos Deficientes (ADEFA);
  • Casa da Criança;
  • Centro de Formação Vida Alegre;
  • Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC-AM);
  • Instituto de Sociabilização Reeducar;
  • Instituto Filippo Smaldone;
  • Instituto Transformando Vidas (ITV);
  • União dos Deficientes Visuais de Manaus (UDEVIMA);
  • Unidade de Acolhimento Instituto Moacyr Alves.


O MPT deverá reabrir o prazo de inscrição e apresentação de documentos de habilitação, ainda no 1º semestre deste ano, a fim de que mais entidades possam ter oportunidade de cadastrar-se junto ao órgão ministerial. Assim que disponível, o novo edital vai estar acessível na página eletrônica da Procuradoria Regional do Trabalho da 11ª Região (www.prt11.mpt.gov.br).

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